Voo para escuridão

Marcelo Simões
Há séculos, as histórias de masmorras e cativeiro atravessam a literatura, e nos lançam, sem piedade, em um mundo de pavor e sombras. Diariamente, os relatos de prisões injustas, de torturas e abusos enchem as páginas de jornais, desafiando a nossa quase indiferença. O livro “Voo para a Escuridão”, de Marcelo Simões, nos alcança nessa encruzilhada de tragédias e estilos – e nos alerta como o abismo pode estar, ali, na próxima esquina ou no primeiro portão de embarque. Principalmente, se temos o preconceito, a ingenuidade e o acaso atuando em sintonia perversa e simultânea contra nós. A história de Jak Mohammed Harb poderia ter saído da cabeça de um romancista, com o risco de o personagem parecer artificial, de construção óbvia e fácil, por causa da teia de estereótipos e bolsões de preconceitos que o envolve: colombiano,comissário de bordo, homossexual, flagrado quando recebia dólares de um traficante em um hotel nas imediações do aeroporto de São Paulo e lançado, sem piedade, nos labirintos do Presídio de Guarulhos II e da Penitenciária de Itaí. Mas a história de Jak é real e recriada, com brilhantismo, por um competente jornalista. A prova de que uma pessoa inocente, porém ingênua, pode ser vítima de uma conspiração de aparências e pagar caro por isso. Read more

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Há séculos, as histórias de masmorras e cativeiro atravessam a literatura, e nos lançam, sem piedade, em um mundo de pavor e sombras. Diariamente, os relatos de prisões injustas, de torturas e abusos enchem as páginas de jornais, desafiando a nossa quase indiferença. O livro “Voo para a Escuridão”, de Marcelo Simões, nos alcança nessa encruzilhada de tragédias e estilos – e nos alerta como o abismo pode estar, ali, na próxima esquina ou no primeiro portão de embarque. Principalmente, se temos o preconceito, a ingenuidade e o acaso atuando em sintonia perversa e simultânea contra nós. A história de Jak Mohammed Harb poderia ter saído da cabeça de um romancista, com o risco de o personagem parecer artificial, de construção óbvia e fácil, por causa da
teia de estereótipos e bolsões de preconceitos que o envolve: colombiano,comissário de bordo, homossexual, flagrado quando recebia dólares de um traficante em um hotel nas imediações do aeroporto de São Paulo e lançado, sem piedade, nos labirintos do Presídio de Guarulhos II e da Penitenciária de Itaí. Mas a história de Jak é real e recriada, com brilhantismo, por um competente jornalista. A prova de que uma pessoa inocente, porém ingênua, pode ser vítima de uma conspiração de aparências e pagar caro por isso.

Book Details

Author: Marcelo Simões
ISBN: 9788561501488
Publisher: Geração Editorial
Subtitle: O drama de um comissário de bordo nos porões de uma prisão brasileira
Pages: 240
Language: Portuguese (Brazil)
Dimensions: 22.9 x 15.2 cm

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O drama de um comissário de bordo nos porões de uma prisão brasileira

Cruel, arrasadora, atual. E, ainda por cima, verdadeira. Essa é a história do comissário de bordo colombiano Jak Mohamed Harb, de 48 anos. Rico, bonito e gay, ele vê de uma hora preso em uma masmorra brasileira, num processo kafkiano. É da história de Jak e sua passagem por uma prisão no estado de São Paulo que o publicitário e especialista em marketing político Marcelo Simões – ex-parceiro de Duda Mendonça e hoje fazendo a campanha de Aloísio Mercadante para o governo de São Paulo – tirou o tema para seu primeiro livro. “Voo para a escuridão” conta, com lances de romance de suspense, a dramática história de um personagem injustiçado, mas também – de forma nunca vista – a falência do sistema carcerário paulista e o amplo domínio de uma facção criminosa – o PCC – dentro dos presídios. “A liderança do PCC dentro dos presídios, inclusive do presídio estrangeiro é inequívoca”, diz Marcelo Simões. “Isso revela a falência do sistema penitenciário em São Paulo e, acredito, em todo o Brasil, onde outras organizações criminosas agem como o PCC. As regras do PCC são seguidas à risca, tanto para a boa convivência lá dentro, como para o desenvolvimento de ações fora do presídio”. História de erros e horror Jak, o comissário de bordo, é preso num hotel de São Paulo no momento em que entregava, a pedido de uma colega de trabalho, uma encomenda para um suposto amigo dela. O pacote continha dólares e o tal amigo era um traficante. Foi preso junto com outro colega também comissário de bordo, Gilberto, numa das espetaculares e midiáticas ações da Polícia Federal, com acompanhamento de jornalistas principalmente da televisão. Nestor, a pessoa para quem Jak devia entregar a encomenda, era nada menos que o colombiano Nestor Alonso Castañeda Arevelo, que estava sendo seguido há sete meses pelos federais. O telefone dele estava grampeado. Outras 10 pessoas foram indiciadas no final da operação, inclusive criminosos internacionais, como o italiano Roberto Pedrani, procurado em outros países e que vivia no Brasil com documento falso, passando-se por diplomata. A PF também aprendeu carros importados blindados e 125 quilos de cocaína. Jak tinha uma explicação para a confusão, mas a polícia não quis ouvir. Aí começa o drama. A primeira passagem de Jak pelo inferno foi na Penitenciária de Guarulhos II, de onde foi transferido para um presídio na cidade de Itaí, no interior paulista, onde ficou um ano preso, de julho de 2008 a agosto de 2009. Foi libertado após 400 dias no cárcere, sem culpa. O que restou desse período dramático na vida desse filho de libaneses foram as memórias destes 400 dias no cárcere brasileiro, afinal relatadas no livro. O livro conta como Jak Harb viveu na prisão em péssimas condições de higiene, no meio de extrema violência e a cada dia tendo que lutar para sobreviver. Viu presos se cortando com estiletes para serem atendidos no ambulatório e outros morrendo, por atendimento precário. Uma vida nada normal para quem frequentava os melhores hotéis do mundo e é dono de pousada boutique na paradisíaca ilha caribenha de San Andres, diante de um mar azul-turquesa e sol durante quase todo o ano. A tarefa diária de dividir espaço com homicidas, assaltantes e líderes da maior facção criminosa do estado de São Paulo, o PCC (Primeiro Comando da Capital), não era as das mais tranquilas, para quem poderia em um dia acordar na Europa, tomar café nos melhores bistrôs e dormir após uma festa em alguma capital latina. O que ele menos entendia era a acusação – fazer parte de uma quadrilha internacional de traficantes de drogas. Ele afirma que não conseguia ser ouvido nem pela polícia nem pelos magistrados brasileiros, para os quais qualquer colombiano só poderia ser mesmo traficante. No hostil ambiente carcerário, ainda teve que ocultar sua opção sexual, pois logo percebeu que os homossexuais levavam vida ainda pior que os demais. Passado o trauma da prisão, agora em liberdade e de passagem pelo Brasil, Jak faz planos para seguir a vida, mantendo a pousada em San Andrés e viajando para a Índia, para uma tournée mística. Está acionando na Justiça a companhia aérea na qual trabalhava – e que não lhe deu assistência jurídica – e pensa ainda se processa ou não o Estado brasileiro, que o tratou tão mal na prisão.

Sobre o autor

O baiano Marcelo Simões é jornalista, publicitário e profissional de marketing político. Foi editor do Jornal da Bahia e ganhou diversos prêmios por seu trabalho em propaganda.

Entrevista com o autor

Como essa história de Jak Harb “caiu” em suas mãos? Através do meu filho e minha nora, que são amigos de Renato (artista plástico baiano e ex-namorado de Jak)desde a Bahia e conheceram Jak em Barcelona. Quando Jak foi preso, imaginei a  princípio que ele estaria envolvido, pelos mesmos motivos (preconceituosos) daqueles que o mantiveram preso, sem direito a habeas corpus para responder ao processo em liberdade. Os nomes dos personagens e os lugares em que se passam as histórias são verdadeiros ou você decidiu alterar, por segurança? A maioria dos presos tem os nomes e nacionalidades alterados, por questão de segurança deles e de Jak. Juízes, advogados, policiais e carcereiros ficaram com os nomes reais. Algumas histórias paralelas envolvendo os presos são ficcionais. Você é considerado um dos consultores políticos e publicitário dos mais prestigiados. Como foi mergulhar nesta reportagem? Sou jornalista, publicitário e profissional de marketing político. Sempre tive vontade de escrever um livro. Achei a história fascinante. Com começo dramático, meio emocionante e final feliz. Em certos momentos do livro, percebe-se a aproximação do escritor com o personagem central. Como foi lidar com este personagem de história tão cruel? Fui com meu filho caçula, que é estudante de jornalismo, para San Andres, para levantar os detalhes da história; gravamos tudo e recolhemos toda a documentação, inclusive o processo integralmente. O Jak, hoje, se diz um cara mais sólido do ponto de vista espiritual. A prisão deixou marcas, é claro, mas ele considera uma experiência da qual não tem mágoas. Você ouviu o lado da Polícia Federal? Não. Ouvi o Jak, a advogada dele e Renato (artista plástico baiano e ex-namorado de Jak). Esse era o lado que me interessava. O outro lado estava muito claro no processo. Chegou a visitar as penitenciárias da Itaí e Guarulhos, para melhor descrever? Não. Até porque ele me descreveu o cenário com uma riqueza de detalhes fotográfica. Qual foi à parte que mais te chocou durante as entrevistas? O tratamento dado aos presos, principalmente quando chegam ao presídio. A superlotação nas celas. O código de conduta. E a submissão de presos sem recursos para fazer a defesa. A prisão ocorreu há dois anos e a libertação em menos de um ano. Existiu um desejo do personagem central de produzir o livro o quanto antes? Não, as coisas aconteceram naturalmente. Você foi atrás de informações sobre Marta Oregon? O irmão de Jak – o livro relata isso – contratou um advogado na Colômbia, e ele colocou um advogado no encalço dela.O livro mostra a falência do sistema carcerário paulista e o amplo domínio de uma facção criminosa dentro dos presídios. Em certos momentos, até parece que o PCC é um mal necessário para o convívio entre os presos. Isso não é preocupante? A liderança do PCC dentro dos presídios, inclusive no presídio estrangeiro, é inequívoca. Isso revela a falência do sistema penitenciário em São Paulo e, acredito, em todo o Brasil, com outras organizações criminosas. As regras do PCC são seguidas à risca, tanto para a boa convivência lá dentro, como para o desenvolvimento de ações fora do presídio. As operações da Polícia Federal ganharam contornos cinematográficos nos últimos anos, devido a grande exposição na mídia. Você acredita que exista outros “Jaks” atrás das grades indevidamente? A Polícia Federal é a instituição policial brasileira mais séria e mais eficiente. Acredito que os desvios de conduta dentro da instituição sejam mínimos, pelo que tenho acompanhado nos últimos anos, mas creio, sim, que há outros Jaks pelos presídios do país afora, vítimas não da PF, mas da PM, da Polícia Civil e da própria Justiça.

Entrevista com Jak Mohamed Harb

Por que você decidiu contar sua história? Por que vi muita injustiça nesses 400 dias na cadeia. Justamente eu, que sou uma pessoa que sempre pediu por justiça. Encontrei casos absurdos, até piores que o meu. Isso merecia ser mostrado como um alerta para toda a sociedade. Como foi a sua passagem pela prisão? Para mim, a história foi uma lição de vida. Eu sempre tinha tudo e mesmo assim, sentia que estava faltando alguma coisa. Na cadeia, passei por um sofrimento terrível, entrei em depressão, emagreci mais de 20 quilos. Perdi minha irmã em um acidente horrível, enquanto estava preso. Para se viver na prisão não precisa ser forte, mas sim inteligente. Quais são os sentimentos guardados após esse episódio? Nenhum. Sou uma pessoa que não guarda rancor. Sempre estava sentindo alguma coisa faltando aqui dentro (aponta para o coração) e pedindo uma prova para Deus. Ainda não sei como agüentei. Aprendi a ter paciência na cadeia. Foi muito difícil ficar de braços cruzados esperando que as pessoas do lado de fora resolvessem as coisas para mim. E as condições da prisão, para alguém que sempre foi acostumado com o luxo? Em certos momentos era inacreditável o que eu via lá dentro. Uma cena me chocou: um homem pegou o estilete e cortou o próprio braço para receber atendimento médico. Foi uma coisa muito forte, mas infelizmente necessária, pois não existia ambulatório para os presos, essa era a única forma de receber atendimento. O único remédio dado era Dipirona (anti-inflamatório). Vi um preso definhar em poucos dias. Emagreceu muito e apenas quando ele estava bem doente é que levaram para o hospital, mesmo assim ele morreu. É uma falta de respeito com as pessoas, além da perda da humanidade. O que aconteceu para você ser preso? Eu tinha terminado com o Renato (brasileiro, que mora na Espanha) havia apenas um mês e andava muito triste. A Marta Oregon (comissária de bordo da Avianca) me pediu para entregar um dinheiro para um conhecido dela e pegar uma entrega, não tinha porque não aceitar. A quantia de US$ 3 mil estava dentro do permitido pela companhia, mas depois deu tudo aquele rolo terrível. Ainda bem que ela deixou o dinheiro e um bilhete com o nome e telefone. Esse foi o famoso bilhete, ainda bem. Quando cheguei em São Paulo liguei para o Nestor, sem saber que ele era traficante, e disse que estava cansado e não podia ir até o local onde ele queria que eu fosse.Informei que estaria esperando às 16h no saguão do hotel. Que traficante faria uma coisa dessas? Agora vem a prisão? É, eu e o Gilberto ficamos esperando até as 16h15. Quando estávamos prontos para ir embora, o Nestor chegou com uma sacola de grife e nos cumprimentou. Nesse momento senti um revólver na testa e os policiais me xingando de traficante colombiano de merda. Depois ficaram insistindo para saber onde estava a droga. Me colocaram em um quarto e o Gilberto em outro e ainda bem que dissemos a mesma coisa. Como você aprendeu a falar o português? Eu venho para o Brasil desde 1981, desfilei por 25 anos no carnaval do Rio de Janeiro. Eu comecei falando errado, mas na cadeia tinha aula de português durante duas horas por dia e decidi  apreender. O português é muito difícil. Mas o que ajudou mesmo a falar rápido foi a novela “Caminhos das Índias”, da Rede Globo. A cadeia parava para assistir. Como foram os primeiros dias na prisão? Ficamos três dias na sede da Polícia Federal, na Lapa (Zona Oeste da capital), não deixaram a gente tomar banho. Em uma cela que não tinha torneira, chuveiro e descarga. Depois nos levaram para a Penitenciaria de Guarulhos, em uma cela para 12 pessoas, mas com 42 presos. Me mandaram subir para uma beliche com um colchão sujo e um cobertor pior. Ainda precisei dividir com o Gilberto. No final ficamos oito dias até ir para Itaí, no interior de São Paulo. Fiquei muito triste com tudo, às vezes não acreditava no que estava acontecendo. O que você precisou fazer para suportar o tempo no cárcere? Se você não tem saúde, morre. Não tem enfermaria, eles tão apenas dipirona (anti-térmico). Na cadeia, se você tem dinheiro, alivia um pouco, mas, se não tiver saúde, morre mesmo. Tem que ser forte. Houve alguns momentos de perigo para você na cadeia? Vários. O mais complicado foi quando um sujeito falou que eu era viado. Ainda bem que o motivo pelo qual ele desconfiava era porque eu comia devagar. Esse cara se achava o chefão. Ele disse que achava porque eu comia devagar e usava uma fitinha na perna. Mas um dia entrei na cela e fui tirar satisfação com ele. Porque a situação poderia piorar para o meu lado, na verdade eu estava  apavorado por dentro naquele momento. Eu pensei que ele tinha mexido nas minhas coisas e lido as cartas do Renato. Eu perguntei tudo para ele e ele começou a tremer. Todos sabiam que ele falava demais, chamei o PCC e fizemos uma reunião. Falei com o cara do PCC o que havia acontecido e ele pediu para o cara provar, mas ele não tinha o que falar. O PCC determinou que eu poderia escolher entre a morte e quebrar ele. Pedi apenas para o fulano sair da cela. Houve outros perigos? Nossa, e como! Um dos piores foi quando um homem que disse que havia trabalhado como matador de aluguel para Pablo Escobar foi parar na nossa cela. Ele estava doidão, tomava 30 comprimidos por dia de Diazepan. Ele acordava e fazia malhação às três horas da manhã, tinha que ter um cuidado com ele absurdo. Ele tinha uma caveira com 30 pontos pretos. Um certo dia perguntei o que significava aquilo e ele me respondeu que eram os homens que ele já havia matado. Como foi esconder a sua opção sexual na prisão? Na cadeia você não pode demonstrar nada. Eu morria de medo que descobrissem que gosto de homens. O raio 2 tem duas celas para viados. Esse é um preconceito na cadeia, o pote dos presos tem tampa azul e a dos gays tem tampa rosa. Os gays são discriminados, eles são obrigados a colocar no ânus, celular, bateria e carregador, na hora das revistas. Tinha um negro nigeriano que, quando começava a blitz, pegava dois celulares e um carregador, colocava os objetos em uma camisinha com lubrificante e escondia um por um no ânus, não sei como ele fazia. Até brincava com o Renato nas cartas, como eu vou colocar isso. Como você avalia o papel do PCC na prisão? Quando você chega na cadeia, tem as regras e em cada raio tem um líder do PCC, isso foi bom. Porque acabou com os assassinatos e estupros. As regras são as seguintes: não fala e não mexe com os policiais, não é cagueta, fica na sua e se falar de alguém, você tem que provar. Se você seguir essas regras dá tudo certo. No final eu falava com todo mundo. Quem te ajudou neste tempo? Foi o Renato (artista plástico baiano e ex-namorado de Jak), ele foi firmeza neste tempo, por isso segurei a barra. Nós tivemos uma conexão muito forte através das cartas e nas vezes que ele veio me ver. Isso me dava forças e além, claro, do apoio incondicional da minha família, que sempre acreditou em mim. Existiu alguma situação engraçada? As regras são boas, mas existem algumas que chegam a ser cômicas. Nos dias de visitas você não pode olhar a mulher do preso, tem que abaixar a cabeça quando elas passam. Achei isso uma maluquice. O preso não pode se masturbar sábado, domingo e segundafeira. Na segunda não tem mais visitas e me falaram que não pode porque você pode lembrar da mulher do preso. É uma maluquice, foi uma boa escola. Como foi o seu retorno para o Brasil? A saída para a Colômbia foi difícil. A atendente ficou com os meus documentos na mão por um tempo e eu só pensando que poderia dar mais um problema. Na volta foi tranquilo e espero que o retorno também seja. Você guardou ódio do Nestor (traficante)? Nem dele e nem de Marta Oregon, que continua voando pela Avianca. O pessoal me pergunta sobre a Marta, não quero saber. Não vai mudar nada. Você vai processar a Avianca e o governo brasileiro? Eu queria processar o governo brasileiro, mas ainda estou pensando, preciso ver isso com o advogado. Já entrei com um processo contra a Avianca contra danos morais, devido a minha demissão. Eu trabalhei por 27 anos, não foi apenas um mês. Quais são os seus próximos planos? Vou passar um tempo no Brasil, eu amo essa terra. Agora trabalho na minha pousada butique em San Andres, e depois vou passar três meses na Índia com um guru atrás de uma peça interior que ainda está faltando na minha vida.

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