A Hidra

Marlene Rodrigues
A jornalista, pedagoga e psicóloga Marlene Rodrigues desce aos fundos dos infernos da ditadura militar brasileira, vigente de 1964 a 1985, com contos que de fictício não têm nada: são histórias de vida de pessoas cujas identidades foram preservadas e de outras cujos nomes famosos – Sobral Pinto, Luis Carlos Prestes, Madre Cristina, Violeta Arraes – se sobressaíram pelo heroísmo e a resistência nos anos mais negros da história brasileira. Os contos de Marlene Rodrigues resgatam com dolorosa sensibilidade histórias reais da resistência brasileira, de quem lutou pelo Brasil livre nas fábricas, nos campos, nas escolas e nas universidades, nas grandes redações, nos teatros, nas igrejas, nos terreiros religiosos, na intimidade da criação artística. São reais as pessoas que protagonizam as histórias. Não são personagens inventadas ou heróis fictícios. São pessoas que a autora conheceu na mesma luta ou das quais ficou sabendo nos caminhos da Resistência. Como ela própria diz, o Brasil inteiro sussurrava… O que se vê e se lê neste livro é um documento valioso para uma narrativa da nação mais próxima da verdade. Esta é uma história que ainda não terminou de ser contada.   Read more

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A jornalista, pedagoga e psicóloga Marlene Rodrigues desce aos fundos dos infernos da ditadura militar brasileira, vigente de 1964 a 1985, com contos que de fictício não têm nada: são histórias de vida de pessoas cujas identidades foram preservadas e de outras cujos nomes famosos – Sobral Pinto, Luis Carlos Prestes, Madre Cristina, Violeta Arraes – se sobressaíram pelo heroísmo e a resistência nos anos mais negros da história brasileira.
Os contos de Marlene Rodrigues resgatam com dolorosa sensibilidade histórias reais da resistência brasileira, de quem lutou pelo Brasil livre nas fábricas, nos campos, nas escolas e nas universidades, nas grandes redações, nos teatros, nas igrejas, nos terreiros religiosos, na intimidade da criação artística. São reais as pessoas que protagonizam as histórias. Não são personagens inventadas ou heróis fictícios. São pessoas que a autora conheceu na mesma luta ou das quais ficou sabendo nos caminhos da Resistência. Como ela própria diz, o Brasil inteiro sussurrava…
O que se vê e se lê neste livro é um documento valioso para uma narrativa da nação mais próxima da verdade. Esta é uma história que ainda não terminou de ser contada.

 

Book Details

Author: Marlene Rodrigues
ISBN: 9788581303673
Publisher: Geração Editorial
Subtitle: Contos de Exílio, Clandestinidade e Resistência
Pages: 200
Language: Portuguese (Brazil)
Dimensions: 23.4 x 15.6 cm

More about the book

Sobre a autora: MARLENE RODRIGUES foi jornalista, professora universitária, cientista social e terapeuta de ideário independente. Aos 75 anos, vive há dez em terra degradada da Floresta Atlântica pensando livros e projetos pessoais de defesa da vida silvestre e de fomento e cultivo de espécies vegetais ameaçadas de extinção. Convive diariamente com milhares de árvores e bichos da mata, ela própria bicho letrado e leitor alinhado com os sons, a luz e as cores do horizonte.  
  Ditadura civil-militar brasileira: lembrar para jamais se repetir  A obra A Hidra, da jornalista Marlene Rodrigues, publicada pela Geração Editorial, reuniu relatos de pessoas que sofreram torturas e abusos imensuráveis na ditadura, muitos perderam a vida e família Com intuito de marcar o momento político e social crítico que permeou o Brasil entre os anos de 1964 e 1985, a jornalista, mestre em educação e psicopedagoga, Marlene Rodrigues, nomeou o livro sobre a ditadura de A Hidra, que significa uma serpente, da mitologia grega, com sete cabeças que renascem quando cortadas. A analogia fica por conta do monstro que o regime militar se tornou e que todos temiam, dotado de mil e uma cabeças sanguinárias. A obra caracteriza-se em uma coletânea de contos sobre as monstruosidades que os militares, instalados no poder, praticavam contra o povo, os intelectuais, jornalistas, professores universitários, estudantes, religiosos, cientistas, artistas e todos que não concordavam com as atitudes arbitrárias. Esses interlocutores não se definem apenas por pessoas que tem um posicionamento político oposto ao regime militar, são também de brasileiros que não tem uma posição política. São 42 contos verídicos recontados pela autora, modificando nomes para preservar as identidades das pessoas que sofreram nessa época turbulenta do país. A autora empresta um pouco da subjetividade a cada personagem, mas sem perder o que trouxeram de trágico e denunciador. A humilhação e a dor eram absolutas e, infelizmente para ela, que queria resistir e manter a dignidade, tudo aconteceu debaixo de muitas contorções, incontinência, gritos, súplicas, risadas e zombarias dos militares e civis engajados na prática de tortura. Depois o grand finale: deitaram-na no chão de pernas e braços bem abertos, esfolaram seu corpo com escova de arame e soltaram sobre seu corpo um filhote de jacaré. As histórias contadas no livro poderiam servir de roteiro para um filme de terror, com um nível de sadismo que superam até o que pode se chamar de cruel. Muitos tiveram vidas e famílias destruídas, profissões arruinadas, foram ao exílio e torturados, incontáveis outros desapareceram, morreram ou foram presos. Dentre muitas formas de torturas, há relatos de abjeções como cobras e ratos, abusos sexuais de toda ordem, torturas sem fim e terrores que incluíram até o convívio com jacarés e cães pitbulls, para deleite dos torturadores. Esse livro demonstra o que a sociedade não pode esquecer ou aceitar novamente no país. A ditadura foi um período de sofrimento e uma imensidão de sangue lavando a democracia e a humanidade, esses relatos são de extrema importância, para lembrar que essa história jamais pode ser repetida.

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